Como calcular o preço de venda do seu artesanato

Se você é artesão e quer vender seu artesanato você precisa aprender como calcular o preço de venda do seu produto para não sair no prejuízo.

Aprenda como calcular o preço de venda dos seus trabalhos artesanais de forma justa e sem desvalorizar seu trabalho ou ganhar menos lucro do que poderia.

Sou artesã mas não sei calcular preço de venda

Trabalhar em casa e viver profissionalmente do artesanato é um sonho para muitas pessoas. Afinal, quem não deseja unir satisfação pessoal com profissional? Além disso, é ótimo poder definir seu salário e não precisar prestar conta de tudo o que faz.

Contudo, o bônus de definir seu próprio salário trás também o ônus de não ter ninguém obrigado a te pagar um salário no final do mês. Ou seja, se você não trabalhar, ninguém vai te cobrar. Por outro lado, se você não trabalhar e não vender ou se vender, mas pelo preço errado e não conseguir o lucro necessário, você ficará sem dinheiro.

Então, fica claro, o quão indispensável é aprender como calcular o preço de venda do nosso artesanato corretamente. Assim nosso produto vende e nós alcançamos o tão desejado lucro.

O que é indispensável?

Em primeiro lugar precisamos saber o que é importante na hora de calcular o preço de venda.

Ou seja, é importante perceber que o preço de venda consiste em:

• cobrir o custo dos materiais utilizados
• pagar a mão de obra do artesão
• cobrir o custo com despesas extras fixas e/ou variáveis
• garantir uma margem de lucro

Portanto, vem aprenda agora os três passos para chegar ao preço de venda final.

Como calcular o preço de venda do seu artesanato

PRIMEIRO PASSO – O custo com material

Ok, Ju. Mas como descubro o custo que tive com material?

Simples. Basta saber o preço do material que usou na peça e saberá o custo de material do seu produto.

Aliás, quer uma dica para facilitar muito a sua vida? Quando comprar um fio, anote o preço em um papelzinho pequeno e coloque no miolinho do novelo. Assim você poderá usar essa informação sempre que precisar até que o novelo acabe. Dessa forma você não esquece quanto custou o novelo e pode calcular corretamente o custo do material.

Essa dica é útil também para anotar o nº da cor e a marca/nome do fio.

Desde que comecei a usar essa técnica está sendo ótimo.

Se comprar pérola, botão, etc. é só fazer o mesmo: anote o preço e cole no pacote; assim você não vai ficar na dúvida depois. Aliás, se você quiser você pode, inclusive, calcular e anotar o preço de cada uma das unidades.

Por exemplo: se comprou uma dúzia de botões a R$2,00 é só calcular 2/12=0,16. Assim você já pode anotar que cada botão custou R$0,16 evitando fazer essa conta várias vezes.

E como sei exatamente quanto fio usei em uma peça?

Em primeiro lugar, fazer uma peça medindo os metros de fio que está usando é totalmente inviável… Dessa forma o tempo de confecção fica muito maior e isso encarecia sua peça sem necessidade.

Para calcular o quanto de fio você usou em uma peça de um modo muito mais simples basta fazer uma estimativa. Ou, se quiser mais precisão é só se basear no peso.

Estimativa simples: se usou metade do novelo, então custou a metade do preço.

Por exemplo: se um novelo custou R$15,00 e você usou metade dele para fazer uma peça, essa peça teve um custo de R$7,50.

Da mesma forma, se quiser fazer essa conta ainda mais certinha é só ter em uma balança dessas que compramos para cozinha. Assim você pode fazer sua peça e quando terminá-la basta pesar para saber quanto de material você utilizou.

Por exemplo: se você fez um tapete que pesa 700g usando um cone de 1kg que custa R$20,00 é só calcular 20 (preço do cone) dividido por 1000 (peso em gramas do fio) vezes 700 (que é o que você utilizou na peça).

• 20/1000 = 0,02 (R$0,02 esse é o preço de cada grama do fio)
• 0,02 x 700 = 14 (R$14,00 esse é o custo com material)

SEGUNDO PASSO – O valor da hora de trabalho

Então, agora que já sabe como chegar ao custo da peça vejamos como chegar ao valor da hora de trabalho.

Afinal, você que já vende suas peças já tem uma hora de trabalho definida? Responda para você mesma. Se a resposta é não, então você precisa muito ler minhas dicas a seguir. Vamos lá?

Em primeiro lugar, quando trabalhamos fora geralmente nós ganhamos pela hora trabalhada. Ou seja, nós temos o valor da nossa hora de trabalho, que é o preço da nossa mão de obra. É por isso que ganhamos hora extra quando ficamos trabalhando até mais tarde. Se trabalhamos no sábado, domingo ou feriado ganhamos um pouco mais porque a hora nesses dias vale mais.

Da mesma forma, quando trabalhamos com artesanato precisamos definir um valor para a cada hora de trabalho. Sem isso não seremos pagos corretamente pelo tempo que trabalhamos naquilo que nós produzimos.

Ou seja, aquela forma de multiplicar por três o valor do material é absolutamente ERRADA!

Sendo assim, se você fizer esse cálculo corre um sério risco de não ganhar corretamente pelo tempo que você trabalhou. No crochê, por exemplo, onde temos peças que são feitas em pouco e outras em muito tempo essa fórmula é perfeita apenas para: criar um preço sem lógica e sair no prejuízo.

Então, se você não quer trabalhar um mês inteiro para ganhar o salário de uma semana, preste atenção nas dicas a seguir.

Defina o salário que você quer receber por mês e divida pelo número de horas que vai trabalhar no mês.

Por exemplo, se você decidir trabalhar de 8h às 18h com duas horas de intervalo para almoço você vai trabalhar 8h por dia. Além disso, se decidir trabalhar de segunda à sexta vai trabalhar 5 dias por semana. Sabendo que cada mês tem 4 semanas é só multiplicar 8 x 5 x 4 = 160 horas por mês.

Por fim, é só dividir o salário que você definiu pelas horas que vai trabalhar.

Por exemplo: R$2000,00 / 160 = R$12,50

Dicas extras

Então, agora você já sabe como chegar ao custo de material das peças! Além disso, já sabe também que deve definir seu salário e as horas que vai trabalhar no mês para conseguir chegar ao valor da sua hora de trabalho.

Assim você tem certeza que, desde que trabalhe as horas que estipulou, vai conseguir o salário que espera. Ainda que não venda tudo o que precisa naquele mês, as peças estarão prontas para venda no mês seguinte. Ou seja, se não receber o salário agora, ele estará reservado para o mês seguinte quando um cliente aparecer.

Mas antes de sair definindo o preço de venda dos seus produtos, eu tenho uma dica importante para você!

Quanto mais especializado e qualificado um profissional é, maior será a sua hora de trabalho.

Dessa forma, se você ainda é iniciante o salário que você definir não deve ser tão alto quanto o salário de alguém que já está no mercado artesanal há mais tempo.

Por outro lado, se você está no mercado há pouco tempo mas já se especializou, fez cursos e aprendeu métodos que tornaram a sua técnica melhor e seus trabalhos mais qualificados do que o de uma pessoa que chegou na sua frente no mercado artesanal mas não investiu em aperfeiçoamento e melhoria da técnica e do negócio artesanal com um todo, então a lógica é que você defina um salário maior do que o dessa outra pessoa.

Em outras palavras, o ideal é que seu salário seja compatível com sua qualificação profissional e não necessariamente com seu tempo de entrada no mercado artesanal, seu tempo na profissão.

Aprenda também algumas dicas bacanas para conseguir fazer o preço de venda das suas peças da maneira certa.

ÚLTIMO PASSO: chegando ao preço de venda

Então, agora que desvendamos o primeiro e o segundo passo para criar o preço de venda corretamente precisamos juntar os ingredientes e chegar ao preço final da nossa peça.

Isto é, precisamos fazer a continha abaixo:

Custo de material + Salário do artesão + despesas extras e lucro = preço de venda

Ou seja, some os custos com material ao valor das suas horas trabalhadas e acrescente os custos com despesas extras (como botões e pérolas) além de uma margem extra que pode ser um valor fixo ou uma porcentagem para criar um caixa para o seu negócio.
Além de usar esse caixa para compra de mais materiais, utensílios e ferramentas de trabalho, você pode investir no aperfeiçoamento da sua técnica. Ou seja, pode investir em cursos, revistas, livros e o que julgar necessário para o desenvolvimento do seu negócio artesanal.

Dica esperta

O salário do artesão nada mais é do que a quantidade de horas que a peça levou para ser feita multiplicado pelo valor da sua hora de trabalho.

Finalizando

Então, essas foram as nossas dicas, esperamos que você tenha gostado! E, acima de tudo, que elas sejam muito úteis para você e para o seu negócio artesanal.

Seja você um iniciante, um aprendiz ou uma pessoa experiente em sua área artesanal, procure sempre melhorar seu negócio investindo em cursos, aprendendo técnicas novas, acabamentos melhores para suas peças, testando novos materiais que surgirem no mercado, investindo em embalagens para seus produtos a fim de tornar seu negócio mais profissional.

E mais: preste sempre um atendimento amigável, se mantenha em busca de coisas úteis para tornar a experiência do cliente mais agradável e encantadora.

Em suma, a essência do artesanato é a singularidade. Portanto, foque sempre no que pode ser um diferencial para o seu produto e para o seu artesanato. E

Portanto, aprenda peças diferentes e exclusivas como as que ensinamos aqui no nosso site, no Club do crochê e se destaque com produtos únicos além de tornar sua técnica cada vez melhor, aprendendo novos métodos, pontos e acabamentos se aperfeiçoando sempre mais.

Quero saber mais sobre o CLUB DO CROCHÊ

Eu espero que você tenha gostado de aprender essas dicas para vender seu artesanato cada vez melhor!

Me conte aqui abaixo, nos comentários, qual foi a dica que você mais gostou e como está sendo a sua experiência com o artesanato, com o crochê.

Você conhece alguém que adoraria receber essas dicas?

Então compartilhe esse artigo!

Vejo vocês em breve! Até mais!

– Informações adicionais importantes –

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A Ju da JNY Crochê é professora, artesã, especialista em crochê, designer de peças de crochê e é quem cria as peças de crochê e ensina no canal, site e redes sociais.

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